segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A primeira brassagen de uma Zéfinha

Alguns meses atrás, durante o primeiro curso que o Botto ministrou aqui em Ribeirão Preto e eu fiz questão de participar, um dos alunos que estavam lá para aprender a nobre arte de fazer cerveja, me chamou a atenção.
Durante o beer-brake do curso me aproximei do simpático senhor e disse a ele que o conhecia de algum lugar, e conversa vai e conversa vem, lembrei de onde era.
O tal senhor de quem estou falando é o Dr.José Geraldo Pavan, um dos mais renomados médicos otorrinolaringologistas do Brasil, aqui do Hospital São Francisco.
Quando lembrei de quem ele era, lhe contei que quando uma de minhas filhas tinha apenas 1 ano e meio de idade ele a havia feito uma operação para a retirada das amigdalas e adenóides e que hoje essa minha filha já tem 21 anos e está cursando a faculdade.Pronto, viramos amigos na hora.
Um mês depois durante a degustação da cerveja que fizemos no curso do Botto, lá no Biergarten, nos encontramos novamente e eu o convidei para participar da primeira degustação das minhas cervejas no Vila Dionisio.
Lá no Bar ele me disse que queria produzir a sua primeira cerveja e eu então o incentivei ainda mais.
Passados alguns dias recebi um e-mail dele me pedindo informações de onde comprar equipamentos e matéria prima para poder produzir a sua primeira cerveja,e eu prontamente indiquei a ele o Afonso Landini,da Turma Da Cerveja de Campinas-SP, e disse ainda, que o ajudaria com a sua primeira brassagem.
Mais alguns dias se passaram enquanto trocavamos e-mails quase que diariamente sobre as opções de equipamentos e matéria-prima e qual seria a melhor cerveja para a primeira brassagem, etc..
Quando chegaram os equipamentos e a matéria-prima e ele já havia feito as adaptações em sua casa para a produção de sua primeira cerveja, marcamos a data da brassagem para Domingo, dia 30/08.
Como ele sabia que passariamos o dia todo na bela casa dele, produzindo a tão sonhada cerveja, gentilmente pediu que eu trouxesse minha esposa e minha filha, que ele iria fazer uma feijoada (e que feijoada!!) para nós.
A cerveja escolhida para a primeira brassagem foi uma Belgian Pale Ale que levou em sua fórmula malte Pilsen, malte Caraamber, malte Viena, malte Melanoidina, aveia em flocos, açucar mascavo, e os lupulos foram o Hallertauer Tradition e o Saaz.
Para que ela tivesse as características de uma cerveja belga usamos uma levedura da Fermentis que continha essas tais características,o S-33.
Dr. Pavan que é um homem inteligentíssimo, fez adaptações em seus equipamentos de dar inveja a qualquer homebrewer, ficou tudo muito funcional e prático, quase não tivemos trabalho para produzir a cerveja, começamos as 11:00 hs da manhã e as 9:00 da noite inoculamos o fermento.
Correu tudo muito bem e tivemos uma alta eficiencia com a brassagem, que apresentou uma OG de 1,067, precisamente dentro do esperado.
Pelo que vi, logo logo, teremos mais um homebrewer de qualidade em Ribeirão.
Foi um dia muito agradável na casa dos Pavan, a familia dele nos recebeu muito bem, são pessoas maravilhosas o Pavan e sua esposa Narcisa e seus queridos filhos Theo e Taty.
No dia seguinte a produção da primeira Zéfinha (nome bem humorado que o Pavan deu a sua cerveja, para tirar sarro de suas cunhadas) recebi pela manhã, um e-mail do Pavan todo contente, me dizendo que logo as 6:30 da manhã a cerveja estava num blu-blu-blu tremendo, o que indica que o fermento,o verdadeiro mestre-cervejeiro, está cumprindo direitinho o seu papel.
Fiquei muito feliz por essa nova amizade que a cerveja me trouxe, aliás como diz o meu grande amigo Mauricio Beltramelli do Brejas, ''eu nunca vi ninguém fazer amizades bebendo leite''.

Harmonização, com Cilene Saorin

No Sábado dia 29/09, a famosa mestre-cervejeira e beer-somelier Cilene Saorin, conduziu no Vila Dionisio um almoço após uma palestra sobre harmonização de pratos com cerveja.
Cilene deliciou a todos com seus profundos conhecimentos em cervejas e sua história, bem como suas origens, e de como harmoniza-las com os mais variados pratos.
As cervejas escolhidas para a harmonização foram as Colorado Cauin, Áppia, Indica, e Demoiselle.
Os pratos, que foram elaborados pela competente cozinha do Vila Dionisio eram: entrada de salmão defumado e patê de gorgonzóla, harmonizados com Colorado Áppia e Cauin, e harmonizou muito bem.
Nas 2 opções de prato principal, carneiro ao molho acompanhado de nhoque, e galeto recheado com farofa especial, a harmonização foi com a Colorado Indica e estava perfeita.
Para a sobremesa que foi um Tiramisù maravilhoso, a cerveja escolhida foi a maravilhosa Colorado Demoiselle e ficou simplesmente divino.
O evento foi uma homenagem aos pais e contou com os apreciadores de cervejas especiais de Ribeirão Preto, e foi um sucesso, pratos maravilhosos harmonizados perfeitamente com as deliciosas cervejas da Colorado.
Além da ótima palestra que foi uma verdadeira aula de harmonização com cerveja e dos excelentes pratos e cervejas, ainda fui presenteado com uma Westvleteren 8 por Rogério Tosi que acaba de voltar da Bélgica.Vou realizar o sonho de ter bebido das 7 Trapistas.
Muito obrigado MESMO Rogério, te devo essa meu amigo.
Parabéns ao Vila Dionisio pelo ÓTIMO evento.
E que venham outros !!!

Celta no Vila Dionisio (outra vez)

Mais uma vez tive a honra de ter 2 de minhas cervejas servidas no incrivel Vila Donisio de Ribeirão Preto, na ultima sexta dia 28/08 ( pra quem ainda não sabe, dia de Santo Agostinho, padroeiro dos cervejeiros).
As cervejas que foram servidas para os amigos apreciadores da boa cerveja artesanal eram uma Belgian Strong Golden Ale e uma Red Ale.
Participaram dessa degustação amigos do circulo cervejeiro Ribeirãopretano: Marcelo Vesoloski e Gabriela Benedine do Biergarten, Gustavo e Marcelo Danhone, Vessecki e sua namorada,Daniel Navarro e Anna Regina, Dr. Paulo Zanello,Dr.José Geraldo Pavan e sua esposa Dra. Narcisa Pavan, Renato, Carlão e suas esposas que fundaram recentemente o Clube Da Cerveja, amigos dos proprietários do Vila Dionisio e tantos outros que apreciaram as cervejas.
A Belgian Strong Golden Ale feita com 3 tipos de malte, aveia, açucar mascavo, 2 tipos de lúpulo e mel, foi fermentada com levedura de cepa belga que lhe proporcionou notas incriveis de banana e cravo-da-india que apareciam bem tanto no aroma quanto no paladar.
Sua cor era um bonito alaranjado e sua espuma estava muito cremosa e persistia até o ultimo gole, na taça.
Uma cerveja bastante encorpada onde o lúpulo aparecia mais suave do que em outros estilos de cerveja belga.Verdadeiramente uma ótima cerveja modéstia a parte.
A Red Ale me deu um susto, um pequeno incidente quase estraga a festa.
O anel de vedação do extrator KEG, do barril em que ela estava, se rompeu e a cerveja descarbonatou, pois o gás escapou e sem esse insignificante anel de vedação o pessoal do bar não conseguia dar pressão no interior do barril e consequentemente não conseguiam levar a cerveja até as torneiras.
Tive que sair as pressas do bar e ir voando para casa buscar outro anel de vedação e a chave para abrir o barril, mas no final deu tudo certo.
Essa Red Ale foi elaborada com 6 tipos de maltes,sendo 4 só de variações de malte caramelo, e lúpulo americano fresquíssimo da variedade Bravo que ganhei do pessoal da USA Hops, lá na Brasil Brau 2009.
A cerveja mesmo com o problema da baixa carbonatação estava também muito boa arrancando elogios dos lúpulo-maníacos, já que estava lupuladíssima.
Foi outra noite deliciosa no Vila Dionísio.
Os propietários do bar, Rodrigo Duarte e Rogério Tosi, é claro, também participaram da degustação das minhas cervejas e as elogiaram muito.
Mas pra falar a verdade, quem tem que elogiar sou eu.
O bar é fantástico, atendimento competente, ambiente pra lá de agradável, e o respeito que eles tem com as cervejas que servem, garanto que poucos bar no Brasil têm. Merecem mesmo o titulo de melhor bar do Brasil.
Bem, só tenho que agradecer por ter a sorte de ter minhas cervejas servidas num lugar como aquele.
Um agradecimento especial a todos os queridos amigos apreciadores da minha humilde cervejinha.
Forte abraço a todos.